Moradores do Grajaú, na zona sul de São Paulo, organizaram um protesto na manhã desta sexta-feira (12 de dezembro) em resposta a um apagão que deixou a região sem energia elétrica por 48 horas. Eles atearam fogo em pneus na Avenida Belmira Marin para chamar a atenção da Enel, a concessionária responsável pelo fornecimento de energia.
O blecaute foi causado por ventos fortes, que atingiram velocidades de até 96 km/h, devido a um ciclone extratropical que passou pela região. As rajadas de vento danificaram a infraestrutura da empresa, afetando um total de 631.838 clientes, sendo 440.530 apenas na cidade de São Paulo.
Imagens do protesto foram compartilhadas nas redes sociais. Um dos moradores se mostrou frustrado com a situação, afirmando que, além de já estarem três dias sem luz, a equipe da Enel não havia tomado providências adequadas. Ele manifestou a possibilidade de obstruir a outra pista da avenida se o problema não fosse resolvido. A situação permanece crítica em algumas áreas do Grajaú, que continuam sem fornecimento de energia elétrica.
A Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar esteve presente durante o protesto. Segundo a nota oficial, os manifestantes bloquearam a via e atearam fogo em pneus, o que resultou em congestionamento. O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar o incêndio e liberar a estrada, e a manifestação terminou sem maiores incidentes.
Em relação ao restabelecimento da energia, a Enel não forneceu um prazo exato e afirmou que as equipes continuam trabalhando para atender às emergências. A concessionária destacou que em algumas áreas a situação é mais complicada, exigindo a reconstrução total da rede elétrica, incluindo a substituição de postes e transformadores, além da re-instalação de cabos.
Até a noite de quinta-feira (11 de dezembro), a Enel já havia conseguido restabelecer a energia para aproximadamente 1,2 milhão de clientes, dos mais de 2,2 milhões afetados pelo ciclone que atingiu a região na quarta-feira. A empresa também informou que cerca de 300 mil novos chamados de solicitações de atendimento foram recebidos, resultado da continuidade dos fortes ventos.
O Corpo de Bombeiros registrou mais de 1.300 ocorrências relacionadas a quedas de árvores durante a tempestade. A Enel reconheceu a gravidade dos danos ocasionados pelo evento climático e assegurou que está mobilizando mais de 1.600 equipes para auxiliar na recuperação dos serviços elétricos. Para atender as situações mais urgentes, a empresa disponibilizou mais de 700 geradores e reafirmou seu compromisso de restabelecer a energia para todos os clientes afetados pelo ciclone.