A Michelin América do Sul anunciou o fechamento de sua fábrica em Guarulhos, São Paulo, encerrando as operações que estavam em andamento desde este mês de dezembro. A decisão, que foi tomada no primeiro semestre deste ano, foi implementada de forma gradual, culminando com a conclusão das atividades.
A unidade de Guarulhos tinha cerca de 350 funcionários e se especializava na produção de câmaras de ar para pneus de motos e bicicletas, além de fabricar pneus industriais e produtos semiacabados. A Michelin justificou a decisão pelo excesso de capacidade de produção, que foi impactada pelo aumento das importações de produtos provenientes da Ásia, que, muitas vezes, chegam ao mercado a preços inferiores aos custos de produção local.
Esta mudança afeta de maneira significativa o mercado de câmaras de ar para pneus, um segmento já pressionado pela concorrência. Em comunicado, a empresa afirmou que após analisar diversas alternativas, não encontrou opções viáveis que garantissem a continuidade das operações. “A decisão de encerrar as atividades foi tomada como último recurso”, informou a Michelin.
Para gerenciar a transição, a Michelin coordenou negociações com o sindicato local para a rescisão dos contratos dos funcionários. Hervé Le Gavrian, CEO da Michelin América do Sul, enfatizou que essa decisão não se deve ao desempenho da equipe, mas a fatores externos. Ele destacou o comprometimento dos funcionários da unidade e reafirmou a intenção da empresa em manter um diálogo aberto e fornecer apoio às equipes durante este período de mudanças.
Com o fechamento da fábrica em Guarulhos, a Michelin agora opera três unidades industriais no país: em Campo Grande e Resende, no estado do Rio de Janeiro, e em Manaus, no Amazonas. A sede corporativa continua localizada no Rio de Janeiro. Além das operações industriais, a Michelin também atua no Brasil por meio da Reserva Ecológica Michelin, que está situada no Sul da Bahia.
