Michelin Expande Projeito de Sustentabilidade na Produção de Borracha na Amazônia
A origem dos materiais utilizados pelas empresas é uma preocupação crescente para aqueles que desejam reduzir a emissão de carbono em suas operações. Isso é ainda mais relevante quando falamos da borracha, que é obtida a partir do látex das seringueiras da Amazônia.
A Michelin, uma empresa francesa conhecida principalmente pela fabricação de pneus, tem se destacado na extração sustentável da borracha na Amazônia através de seu programa “Juntos pela Amazônia”. Nos últimos cinco anos, esse projeto já beneficiou 13 associações locais e resultou na compra de mais de 350 toneladas de borracha nativa. Agora, a Michelin expandiu essa iniciativa por meio de uma parceria com a organização comunitária ASPAC, o Memorial Chico Mendes e a WWF. Esta aliança visa fortalecer toda a cadeia de produção da borracha, impactando diretamente 91 novos produtores e suas famílias.
Esses produtores implementam práticas de manejo sustentável do látex nas áreas protegidas chamadas Resex de Canutama e FES Canutama, que juntas abrangem mais de 348 mil hectares de floresta. Bruno Temer, gerente de Sustentabilidade da Michelin para a América do Sul, afirma que o objetivo da empresa não é apenas focar na compensação de emissões de carbono. Ele destaca a importância de criar uma estrutura que beneficie todos os envolvidos na cadeia produtiva da borracha, ao mesmo tempo em que preserva a floresta.
Atualmente, 31% da borracha comprada pela Michelin é reciclada ou renovada. O conceito de economia circular está em foco, onde os pneus produzidos podem ser reciclados e reutilizados. Temer menciona que o Brasil é o único país onde essa cadeia pode ser reintegrada desde a produção da borracha até a reutilização dos pneus. Ele ressalta que, idealmente, um pneu nunca é descartado, e sempre há um potencial para que seja reciclado em um novo produto.
Inovações em Pneus que Reduzem o Consumo de Combustíveis
Recentemente, a Michelin também se destacou nas discussões sobre transporte durante a COP-30. A empresa apresentou inovações como a linha de pneus Energy, projetados especificamente para as estradas brasileiras, que podem reduzir o consumo de combustíveis em até 5%.
Em uma frota de 50 ônibus que percorre 10 mil quilômetros por mês e consome em média 3,5 litros de diesel por quilômetro, a economia pode chegar a 75 mil litros de diesel em um ano, o que representa uma significativa redução nos custos e no impacto ambiental.
Bruno Temer conclui que a sustentabilidade é parte fundamental da estratégia de negócios da Michelin. Ele afirma que a descarbonização do transporte deve ser considerada de maneira ampla, envolvendo não apenas as transportadoras, mas também os responsáveis pelas rodovias e aqueles que contratam os serviços de transporte.