Importância dos Pneus na Pilotagem: A Conexão entre Engenharia e Corrida
Os pneus desempenham um papel crucial na performance de veículos, seja em corridas de Fórmula 1 ou na Copa Truck. Luiz Mari, engenheiro da Prometeon, e Bia Figueiredo, piloto da Copa Truck, destacam como esses componentes podem influenciar não apenas a velocidade, mas também a segurança nas pistas.
Quando se observa uma corrida da Copa Truck, fica evidente que o termo “bruto” descreve bem a força e a resistência dos caminhões. Cada vez que um grupo de veículos toma uma curva ou freia com força, o ambiente ao redor vibra. Para os fãs da Fórmula 1, acostumados com a precisão de carros ultrarrápidos, é surpreendente perceber que, apesar das diferenças, os pneus são fundamentais em ambas as categorias.
Luiz Mari explica que, enquanto a Fórmula 1 busca a máxima performance e velocidade, os pneus usados na Copa Truck são projetados para resistência e durabilidade. Na Fórmula 1, os pneus são feitos para otimizar o tempo de volta, com composições específicas para diferentes momentos da corrida. Já na Copa Truck, os pneus utilizados são os mesmos que a empresa fornece para frotas de transporte, adaptados a condições extremas das pistas.
Os pneus da Copa Truck, que têm o mesmo padrão para todas as equipes, são exigidos a suportar cargas extremas e calor intenso durante as corridas. Comunmente, um conjunto de pneus pode durar um fim de semana completo de treinos e corridas sem precisar ser trocado. Segundo Luiz, as substituições só ocorrem em casos de furo ou danos.
O aquecimento dos pneus é um dos principais desafios enfrentados, visto que temperaturas elevadas podem prejudicar a borracha. Em uma corrida, a frenagem intensifica essa situação, e o engenheiro observa que o acompanhamento das condições dos pneus é fundamental para o desempenho. A Prometeon utiliza a Copa Truck como um laboratório para testar e melhorar a qualidade dos pneus, coletando dados sobre pressão e temperatura durante as corridas.
Bia Figueiredo, com experiência em automobilismo, traz uma perspectiva importante sobre a pilotagem de caminhões em comparação com carros de corrida. Embora a Fórmula Indy seja seu ponto de referência em termos de desempenho, ela descreve a pilotagem de um caminhão como uma experiência totalmente diferente. Entrar no cockpit de um caminhão exige adaptações, pois o peso e os sistemas de frenagem são distintos dos utilizados em carros mais leves.
As regras da Copa Truck determinam um número limitado de pneus por temporada, criando uma estratégia em torno da gestão desse recurso. Os pneus traseiros são utilizados em sua medida original, enquanto os dianteiros são lixados para reduzir o sulco, permitindo um desempenho melhor ao longo das corridas. Essa abordagem é o oposto da Fórmula 1, onde pneus novos frequentemente oferecem melhor aderência desde o início.
Essa gestão se torna essencial, já que um uso excessivo de pneus pode prejudicar o desempenho da equipe no campeonato. Além disso, o caminho de cada equipe na Copa Truck é mais artesanal, com as equipes construindo seus caminhões de acordo com as regulações.
Bia também ressalta que a pilotagem envolve uma leitura constante do desgaste dos pneus. Embora menos evidente que em um carro de Fórmula, os sinais permanecem e são monitorados constantemente. Em pistas mais abrasivas, o desgaste dos pneus pode ser significativo, exigindo uma adaptação nas estratégias de corrida.
Atualmente competindo na classe Pro da Copa Truck, Bia se sente satisfeita com sua performance, mesmo em desafios competitivos e situações que exigem mais experiência. Apesar das dificuldades, ela mantém o foco em continuar na Copa Truck e também em outras categorias, buscando um crescimento constante em sua carreira.
A história de Luiz e Bia ilustra como a interação entre engenharia e pilotagem é vital. Com os pneus atuando como a única conexão entre o veículo e a estrada, entender seu comportamento é essencial para oferecer um desempenho de qualidade e seguro nas competições e estradas.
