A Pirelli está alertando para problemas com os pneus após a realização das atividades de sexta-feira do GP do Catar de Fórmula 1, realizado no circuito de Lusail. Durante essas atividades, a fornecedora de pneus encontrou cortes profundos em vários dos compostos usados, o que gera preocupação para as próximas etapas, principalmente a Sprint e a corrida principal.
A empresa explicou que fragmentos de cascalho mais afiados foram levados para a pista, causando danos que atingiram até a camada de construção dos pneus. Embora os pneus não tenham apresentado falhas estruturais, a possibilidade de furos é real, o que pode afetar o desempenho dos carros nas corridas.
Após a primeira sessão de treinos livres e a Qualificação Sprint, uma inspeção técnica revelou múltiplos cortes significativos na borracha. Simone Berra, engenheiro-chefe da Pirelli, destacou que a profundidade dos danos surpreendeu a equipe. Ele ressaltou: “Vi alguns cortes que eram bem profundos… Chegaram à construção, mas não cortaram nenhuma fibra, felizmente. Contudo, se a construção é exposta e os pilotos passam várias vezes sobre o cascalho, há risco de furos.”
O engenheiro também mencionou que os cortes estão ligados a novas áreas de cascalho instaladas em Lusail, que aumentam a chance de os pilotos saírem ligeiramente da pista e levantarem pedras para a rota de corrida. Ele comparou o cascalho ao de outros circuitos, afirmando que “é bastante afiado, por isso causou esses cortes com facilidade.”
Apesar dos danos encontrados, a Pirelli optou por não tomar medidas imediatas antes da Sprint e da corrida. Berra destacou que a situação, apesar de preocupante, não é alarmante neste momento, mas pediu atenção tanto das equipes quanto dos pilotos. “Não estamos verdadeiramente preocupados, mas é importante considerar qualquer condição que possa causar problemas nos pneus, como furos.”
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) está realizando um monitoramento da situação e do acúmulo de cascalho na pista. Se o volume for julgado perigoso, a direção de prova pode intervir, utilizando neutralizações ou até bandeira vermelha para limpeza da pista. Berra adicionou que a FIA vai acompanhar de perto e pode implementar um Safety Car ou bandeira vermelha para garantir a segurança.
Com a combinação do calor extremo e as novas ameaças dos cortes nos pneus, o GP do Catar torna-se um desafio ainda maior para a gestão de pneus. As equipes vão precisar equilibrar o ritmo e a cautela para evitar danos mais sérios, tanto durante a Sprint quanto na corrida de domingo.
